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sexta-feira, julho 07, 2006
Lendas da F1 - Elio de Angelis

Elio De Angelis

"black prince"
26 de Março 1958 Roma
15 de Maio de 1986 Marselha ( Paul Ricard )


Brabham 1986
Lotus 1980 - 1985
Elio De Angelis, "o príncipe negro" como era conhecido devido à sua fortuna pessoal, ao seu gosto pela cor preta e por ser o homem na F1 que melhor tocava piano.
Elio de Angelis Shadow DN 9B 4ºclass. USA Leste 1979

Elio de Angelis Shadow DN 9B 7º class. USA Oeste 1979


De Angelis era um dos pilotos mais populares na Formula 1 dos anos 80. Tinha um carácter diferente dos seus colegas: era um jovem extremamente educado, um exímio pianista, que podia ter tido sucesso nessa arte caso o seu talento na condução não o tivesse levado à categoria rainha do desporto automóvel. De Angelis corria sobretudo por prazer, não sendo um daqueles pilotos que arriscaria o pescoço por um bom resultado. Piloto cauteloso, jogava muito pelo seguro, sendo pouco agressivo, embora rápido. Apenas conduzia no seu máximo quando o carro estava completamente a seu gosto, caso contrário, nunca ia até aos limites. Proveniente de uma família abastada, De Angelis nasceu em Roma a 26 de Março de 1958. Era filho de um engenheiro civil, que usava o dinheiro da sua empresa para fundar a carreira de Elio, que era o mais velho de quatro irmãos. A sua carreira, como na maioria dos pilotos, começou no Karting, passando depois para a Formula 3, onde se sagrou campeão em 1977, batendo Piercarlo Ghinzani pelo título. No ano seguinte venceu a prestigiada corrida de F3 do Mónaco, e isso abriu-lhe as portas para a F2. Contudo, os seus resultados não foram dignos de nota.

Em finais de 1978 a equipa de F1 Shadow Cars estava em graves problemas financeiros e Don Nichols contratou dois jovens pilotos, ambos estreantes na categoria e a trazerem dinheiro para pagar o lugar: o holandês Jan Lammers e Elio de Angelis, que se tornou assim um dos pilotos que mais cedo alcançou a F1, pois com apenas 20 anos já tinha assegurado um lugar a tempo inteiro. O Shadow DN9B não era competitivo, mas mesmo assim, no GP dos EUA De Angelis conseguiu um fenomenal 4º lugar com um carro de terceira categoria, mas fora isso os resultados foram fracos. A saída de Carlos Reutemann da Lotus, abriu-lhe um lugar para 1980, e De Angelis aceitou prontamente, quebrando o contrato de dois anos com a equipa Americana. Nichols tentou persuadi-lo a ficar, mas já não o queria pelo seu dinheiro. Queria-o pelo seu talento.



A temporada de 1980 começou com De Angelis a mostrar porque merecia dispor de equipamento competitivo, quando terminou na 2ª posição logo na sua segunda corrida com a equipa, não se sagrando por pouco o piloto mais jovem de sempre a vencer 1 GP. Terminou o ano num respeitável 7º lugar no campeonato. O ano seguinte foi algo atribulado, com o radical Lotus 88 a ser banido nas duas corridas em que foi inscrito por irregularidades técnicas. Mesmo assim, De Angelis socorreu-se do modelo “regular”, o Lotus 81, para se tornar um regular marcador de pontos, que o levaram ao 8º lugar final. De Angelis agora fazia equipa com Nigel Mansell, e o feitio exuberante do britânico que não se coadunava bem com o suave De Angelis. O italiano chegou mesmo a considerá-lo um “bruto perigoso”. Uma curiosidade noutro contexto foi que durante a greve de pilotos ocorrida nesse ano, o italiano utilizou os seus dotes de pianista para entreter os seus colegas pilotos, tocando a noite toda.

Em 1982 De Angelis conseguiu a sua primeira vitória na F1, no que foi uma das chegadas mais próxima de sempre na história de F1. O piloto da Lotus bateu o Williams de Keke Rosberg pelo nariz do carro e pouco mais… falando em tempo, qualquer coisa como 0.005 segundos, tornando-se um dos 11 pilotos que venceram corridas nessa dramática e turbulenta temporada. Mais uma vez desceu um lugar na classificação final, com um 9º lugar. Na temporada seguinte, a Lotus aderiu ao clube turbo usando motores Renault, mas mesmo assim, o Lotus 93 T estava longe dos melhores do pelotão, e com ele, as prestações de De Angelis. Em 1984 a situação melhorou, com a contratação do designer francês Gerard Ducarouge, que em apenas 5 semanas desenhou o competitivo Lotus 94 T. De Angelis teve a sua melhor temporada, com a sua regularidade a nivél de resultados levando-lhe a liderar o campeonato a meio da época, apesar de nunca ter ganho uma corrida e acabando por terminar a época no seu melhor resultado de sempre a nivél do campeonato, um óptimo 3º lugar como recompensa das consistentes e boas performances.
Para 1985, Mansell foi substituído por Ayrton Senna da Silva. O brasileiro batia constantemente o seu companheiro de equipa, vencendo logo a sua terceira corrida com a nova equipa. Em qualificação a situação também repetia-se e De Angelis começou a desgostar-se com a situação na equipa, pois o seu estatuto de primeiro piloto estava em causa, acrescentando ainda a agravante de não se dar bem com Senna, considerando-o ainda mais bruto e perigoso do que Mansell. Os dois chegaram mesmo a agredir-se, quando Senna não deixou De Angelis ultrapassá-lo recorrendo a manobras extremamente agressivas. Foi preciso muito para fazer o italiano perder as estribeiras… O GP de Imola viu a segunda vitória de Elio na Formula 1, embora de maneira pouco convencional, pois quem cruzou a linha em primeiro lugar foi Alain Prost. Contudo, as verificações pós-corrida descobriram que o seu Mclaren estava abaixo do peso regulamentar e foi desclassificado. De Angelis herdou a vitória, pois tinha sido 2º colocado na corrida, a mais de uma volta do francês. No final da temporada, os responsáveis da Lotus disseram que De Angelis apenas continuaria na equipa se aceitasse o papel de segundo piloto para Senna, o que recusou.

Em 1986 De Angelis juntou-se à Brabham, fazendo equipa com Ricardo Patrese. Ambos pilotavam o radical BT 55 “Skateboard” desenhado por Gordon Murray, um carro incrivelmente baixo, cujo centro de gravidade era tão baixo que os pilotos praticamente tinham que se deitar para guiar o carro. O carro revelou-se problemático, com problemas de fiabilidade e parcos resultados quando terminava as provas. Após o GP do Mónaco, De Angelis, sempre dando o seu máximo para desenvolver o carro, pediu para ocupar o lugar de Patrese numa sessão de treinos privados em Paul Ricardo, a 14 de Maio de 1986.

Elio seguia a mais de 290 Km/h nas curvas Verrerie quando o aeleron traseiro desprendeu-se. Desprovido de downforce atrás, o carro levantou voo durante mais de 100 metros, seguindo-se uma série de cambalhotas que destruíram completamente o carro, que se imobilizou ao pé do rail virado ao contrário, com o motor a incendiar-se. Os primeiros a chegar ao local do acidente foram Alan Jones e Mansell, que também testavam, e um comissário de calções munido somente de um extintor, mas não conseguiram virar o carro ou apagar o fogo. Os socorros chegaram apenas dez minutos depois sobre a forma da equipa da Brabham, que conseguiram extinguir o incêndio e retirar De Angelis do carro. O helicóptero de resgate apenas apareceu meia hora depois, porque o circuito não tinha. Toda essa demora levou a que o piloto sofresse graves lesões cerebrais da asfixia pelo fumo do incêndio, pois apesar dos destroços do carro se resumirem ao cockpit e pouco mais, Elio apenas partiu uma clavícula e queimou ligeiramente as costas. De Angelis sucumbiu aos ferimentos num hospital em Marselha na madrugada do dia seguinte, com apenas 28 anos. Foram os mal equipados meios de resgate que o fizeram perder a vida, pois caso fosse assistido mais eficientemente, poderia ter-se salvo.

Devido à sua grande popularidade, a morte de Elio De Angelis chocou o Mundo da F1. Depois daquele acidente, os meios de segurança nos circuitos de F1 foram remodelados, e tanto em treinos privados como em corrida, os meios passaram a ser os mesmos, além de começarem a surgir normas para reduzir a potência dos motores. De Angelis não era casado, mas namorava com uma modelo alemã, com a qual iria casar em 1987. O Pai de Elio processou os responsáveis do circuito. Para o substituir na Brabham, Bernie Eclestone contratou o apeado Derek Warwick, alegadamente por ter sido o único piloto a não contactá-lo para a vaga. A equipa acabou a temporada com apenas 2 sextos lugares para mostrar, e Murray foi despedido, indo trabalhar para a Mclaren. O MP4-4 que dominou a temporada de 1988 era uma evolução do conceito do BT-55, com a diferença de que o Mclaren funcionava correctamente.

Um abraço

ZéTó

posted by Jac @ 08:21  
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Dizem que sou terrível. Dizem….

Pois…

Não somos o que queremos nem o que dizemos. Somos aquilo que fazemos.

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